terra paulistana: grand finale. chegou quem faltava e a hora da despedida
Junho foi um mês intenso. Ainda no ritmo de um compasso vivido no primeiro semestre que trouxe a sensação do volume de um ano inteiro em apenas seis meses tamanha a intensidade dos acontecimentos.
No frenesi da rotina, as idas e vindas para São Paulo, a produção intensa no atelier, encomendas, postagens, eventos familiares, uma gripe fortíssima, os cuidados com o sítio na transição para o inverno e a viagem para o Rio de Janeiro onde fui realizar uma oficina com as cores do Bioma da Mata Atlântica para o espaço Ledinho, durante o Festival Led de Educação.
Foi neste contexto que se deu o capítulo final no canteiro de obras do Butantã. Inesperado e surpreendente. No dia 27 de junho antes de voltar para Bragança Paulista resolvi dar aquela passadinha para conversar com o Sr. Osvaldo sem nenhuma expectativa de encontrar alguma novidade.
Era meio dia, hora do almoço. Parei em frente ao tapume e como de costume aquela típica palminha; Oh de Casa. Gilson, o servente de plantão abriu a porta concedendo minha entrada dizendo que Sr. Osvaldo estava no horário de almoço.
Logo que entrei, um passo foi o que pude dar até me deparar com um buraco na minha frente e a maior surpresa deste canteiro desde o início da pesquisa. Ela, a terra verde.
Esse canteiro que já revelou tantas camadas de terras, de tantas cores diferentes brindou a paleta de terras paulistanas com a cor verde.
Extasiada com tanta beleza eu só conseguia repetir a frase. Mas, é verde, é terra verde? Por sorte Gilson já tinha presenciado uma das minhas visitas e conhecia o trabalho de pesquisa da mulher da terra. Gentilmente ele respondia: sim é verde, com a naturalidade de quem já convive com essa paleta de cores de terra em canteiros de obra.
Ele logo me pediu para voltar um pouco mais tarde, sugestão que eu prontamente atendi. Saí dali pulando de alegria com mais esse encontro de terra paulistana.
Quando voltei, o Sr. Osvaldo já estava a minha espera. Juntos falamos da beleza da terra verde e a importância de preservação da natureza. Vendo minha alegria, ele me ajudou a encher e carregar as sacolas com as variações de verde e ocre. Mesmo conhecendo muitos terrenos de obra e as cores da terra, o tom verde da descoberta no canteiro de obras do Butantã coroou a nossa história de vivenciar a terra, ele na perspectiva da construção e eu com a pesquisa das cores da natureza que ganham forma em giz de cera e aquarela natural.
Eu não queria sair dali e queria levar cada grama daquela terra escavada. Sabia que não seria possível pelo tempo, pelo andamento da obra, pelas sacolas que tinha e pelo conceito de escala que a marca do atelier defende. Mas, estava difícil conter o entusiasmo e a respiração ofegante num misto de calor, agito e contentamento.
Enfim, eu sabia que esta seria a derradeira. O Grand Finalle no canteiro de obras com o time do Sr. Osvaldo, e a revelação de terra paulistana.
Entrei no carro! Chorei, chorei e chorei. De alegria pela interação com as terras paulistanas e de tristeza pela despedida do canteiro de obras que agora deixa a terra colorida invisível aos olhos. Para conter as lágrimas, um profundo agradecimento pela experiência vivida. Obrigada natureza, obrigada Sr. Osvaldo e equipe.
Comments